#contando histórias de amor
São Paulo-SP
50 Anos de Casados Dona Maria e Sr. Jair /Programa Domingo Show
Mineira da cidade de São Gonçalo de Sapucaí, Maria José de Araujo teve uma infância de muito trabalho e poucas oportunidades de estudo.
Seu pai era retireiro e sua mãe cozinheira e lavadeira em uma fazenda. Morou nesse local até seus 13 anos de idade, onde ajudava os pais na colheita de arroz, feijão, a carpir pastos e cuidar dos irmãos mais novas. Sr. Jair também passou a infância na lavoura ajudando os pais na plantação e colheita de algodão.
No ano de 1957, Jair e sua família se mudaram para uma fazenda na cidade de Londrina/PR onde cinco anos mais tarde conheceu Maria, recém chegada na cidade com seus familiares. Nessa época Sair estava com 20 anos e Maria com 15. Jair sempre foi desejado pelas meninas da região por ser um rapaz trabalhador e muito família.
Após pouco tempo, Jair se aproximou de Maria e começaram a conversar. Em uma dessas conversas ele a convidou para ir no bailinho com ele e mesmo toda acanhada ela aceitou. No decorrer dos dias as conversas foram se tornando mais frequentes e o interesse de um no outro aumentava. Depois de dois meses do primeiro bailinho aconteceu o primeiro beijo. Eles foram na quermesse em uma fazenda vizinha e na volta, no meio da estrada pararam e se beijaram após muita insistência de Jair.
Dai pra frente a relação foi se tornando mais séria e começaram a namorar. Jair tinha que ir até a casa da Maria e sempre eram vigiados pelo pai ou irmãos da moça para evitar qualquer tipo de intimidade.
Muitas vezes o pai chegou a ficar entre eles para evitar maiores aproximações. Após três ano de namoro, Jair com 23 anos e Maria com 18, resolveram se casar. O rapaz comprou as alianças de ouro (12 cruzeiros) um terno para a data e o vestido para sua amada. Na semana do casório, choveu muito e isso dificultou bastante as coisas.
O local era de estrada de terra e o caminhão que o Jair havia conseguido para levar os convidados atolou e não conseguiram chegar na cerimônia que foi acompanhada apenas pelos padrinhos que foram com dois jipes. Não houve fotografo e nenhum registro do casamento.
Para comemorar, o pai da noiva matou um porco, preparou uma macarronada e organizou um jantar para os noivos, familiares e convidados que no total não chegou a 30 pessoas. Isso porque o Jair ainda foi até onde o caminhão estava atolado ajudar os convidados a retirar o veículo daquela situação.
Maria sonhava em viajar de lua de mel, porém a falta de condições financeiras não permitiu e o casal continuou a vida na roça sem a comemoração tão desejada.
Em 69 mudaram para São Paulo e com dificuldades financeiras foram morar na casa de parentes onde não deu certo e tiveram que alugar uma casa. Jair começou a trabalhar em uma metalúrgica e depois em um frigorifico, enquanto Maria trabalha de doméstica.
Passaram por muitas dificuldades até que conseguiram comprar um terreno e construir a própria casa no Jardim Guarani. Com o tempo vieram os filhos que hoje totaliza sete, sendo seis mulheres e um homem. Também tem 14 netos e três bisnetos. Silvana, uma das suas filhas casou com filho de japonês e mudou para a cidade de Nyshio, Japão, onde reside até hoje com seus quatros filhos e marido. Faz três anos do último encontro dela com os pais e sempre que se falam por telefone choram de saudades. Os demais filhos moram em
São Paulo e cada um trabalho em um ramo diferente.
Gostam muito do cantor Sérgio Reis e principalmente da música "Filho adotivo" que segundo o casal relata a história de um homem que foi viajante, foi roceiro e com muito sacrifício conseguiu criar seus sete filhos(um adotivo) e aparenta muito com a história de vida deles, com exceção que todos são filhos de sangue.
Durante os cinquenta anos de casamento, só houve uma briga e foi logo no terceiro ano. Eles moravam na casa dos pais de Jair e seu pai presenciou o fato. Repreendeu severamente o filho por suas atitudes e nunca mais aconteceu nenhum atrito.
Sinto-me muito honrado pelo convite do programa Domingo Show, para contar a história de amor deste casal, através da minha fotografia.